Apoio é tudo!

Ontem, quarta-feira, comecei a usar o Ixium. Como sou curiosa, ou melhor, gosto de estar informada, fui pesquisar mais sobre, pesquisei, pesquisei e pesquisei e pesquisei. Fui dormir ás 05:00 da manhã de hoje. Cheguei até onde queria. Mas ainda não é sobre isso que quero falar...
Nessa pesquisa, vi inúmeros depoimentos, e na maioria deles, vi pessoas desesperadas pela cura, querendo saber se funcionaria, e a maioria na faixa de 15 a 25 anos dependente de pais, e todos com receio de contar a eles. Gostaria de contar um pouco da minha história com meus pais. 

Vamos lá. Desde criança sempre fui mais apegada a minha mãe. Meu pai é cabeça dura, e sou completamente igual a ele, somos dois cabeça duras, e muita das vezes grossos, nos desentendíamos muito, devo confessar que era muito rebelde.
Quando completei 16 anos,
tive meu primeiro relacionamento "gay", minha primeira paixãozinha. Como toda primeira paixão, por falta de experiência (ou seja lá o que for) sempre quebramos a cara, e buscamos um ombro amigo para consolo. Meu ombro amigo foi o da minha mãe. Me assumi pra ela, disse que gostava de garotas, que eu não escolhi ser assim, apenas nasci assim. Como toda mãe conhece seu filho, ela já sabia (era um pouco perceptível, rs.). E então ela me disse "Eu já sabia que você era assim. Só não esperava por isso agora. Mas pra mim, o que importa é a sua felicidade, eu vou te amar de todo jeito. Fique bem" Nossa, quem é gay sabe que isso é quase a 8ª maravilha do mundo, foi como tirar um peso das minhas costas (que carreguei durante a infância, pré-adolescência e inicio da adolescência).
Meu pai não se importava, pra ele o importante sempre foi estudar, e pensar no futuro. Desse momento em diante, deixei a minha rebeldia de lado e comecei a dar mais valor os pais que tenho. Sei que foi difícil pra eles, nenhum pai e mãe estão preparados para aceitar isso. Até cá, eles não apoiaaaam totalmente, mas me respeita, assim como eu respeito todas as vontades dele, em relação a se comportar.

Depois desse quase baque, veio o HPV, aos 19 anos. Eu não precisei contar, por que a Dra. foi logo direta e disse que eu estava com o vírus. Mainha não se assustou, não me juntou, não julgou minha namorada, e muito menos outros relacionamentos, só falou "Não se preocupe, você ouviu a doutora falando que tem cura, então se cuide e tome mais cuidado. Não é o fim do mundo, todos nós estamos sujeito a isso." E pronto. Senti o segundo maior alivio da minha vida. Posso dizer que minha mãe é a minha melhor amiga. Meu pai não sabe que estou com HPV (acho) mas o apoio que to recebendo deles, é o que me sustenta, é a minha base. 
Obs: Não moro com meus pais, por motivos de estudos. Eles moram a 300km de mim. E quase toda semana fazem o esforço de vim até mim para me acompanhar as consultas.

Por isso eu digo a vocês, que tem dificuldades em conversar com seus pais sobre isso, se observarem qualquer abertura que eles deem pra conversar sobre, não hesitem, não pensem duas vezes, se abram, se precisar chorar, chorem, mas o colo de um pai e de uma mãe, vão ser sempre os melhores. 
Sei que muitos não podem contar com isso, mas aos que tem, aproveitem!